Existem decisões, escolhas que não conseguimos tomar porque estamos envolvidos pelas nossas emoções e sentimentos.
Isto é algo natural, é próprio do ser humano. Porém, não considero natural ficar sofrendo e remoendo os sentimentos.
Quanto mais se guarda para si e fica pensando repetidas vezes em algo, mais energia se perde e mais força esta emoção ganha.
Sem perceber, nutre-se aquilo que te aflige e teme.
Algo que era relativamente pequeno, pouco a pouco vai crescendo, até se transformar num monstro bem feio e amedrontador.
Quanto mais tempo passar, mais difícil é olhar para “Isto”, pois nesta altura já não é possível nomear também.
Você já parou para observar, que toda vez que quer esquecer algo, acaba lembrando do acontecimento muito mais?
Será que isto acontece porque simplesmente esquecer não é a melhor solução?
Que outra ou outras soluções são mais adequadas ou possíveis?
De acordo com a minha experiência profissional e pessoal, acredito que o melhor é olhar e procurar entender o que esta emoção quer dizer, que aprendizado pode-se ter a partir daí.
Se utilizarmos a mágoa como exemplo, esquecer pode ser uma tentativa sem sucesso de empurrar para debaixo do tapete o sentimento.
O tapete é a consciência e debaixo dela está o inconsciente que guarda tudo aquilo que não é elaborado.
Em algum momento da vida não há mais espaço para jogar nada embaixo do tapete.
Quando isto acontece, o inconsciente começa a roubar energia da consciência para manter tudo guardado, mas ainda assim chega o momento da prestação de contas.
Esta prestação é dolorida e árdua, pois o mais comum é não saber porque está se sentindo triste, chateado, entre outros e porque também nesta hora já está tudo misturado.
Retomando o exemplo da mágoa, na maioria das vezes quem magoou não fez com esta intenção.
Quem recebeu, não entende porque o outro está lhe tratando “normal”, se pra ele está difícil permanecer perto daquela pessoa.
Então você entende que perdoou o outro porque acredita que esqueceu.
Porém, perdoar não é sinônimo de esquecimento.
Será que numa outra oportunidade que acontecer qualquer coisa envolvendo aquela pessoa, não virá à sua mente a lembrança da situação passada e a priori não resolvida?
Precisamos estar conscientes e com energia para viver bem e em equilíbrio.
Como conseguir viver bem e em equilíbrio, levando em consideração o dinamismo da vida?
Eis algumas dicas:
- Reconhecer o que você sente, é o suficiente para trazer indícios de como pode resolver o que precisa;
- Tente não julgar. Assim é possível ater-se ao que aconteceu e em como você se sentiu sem “apimentar” aquilo que já é dolorido;
- Procure se acalmar. Vale recorrer a atividades que possam lhe auxiliar;
- Se possível, converse com os demais envolvidos, para inclusive, entender a situação do ponto de vista do outro.
Contudo, nem sempre é possível fazer tudo sozinho, principalmente quando não se está habituado a olhar para si mesmo.
Que tal contar com a ajuda de um psicólogo, que é o profissional habilitado para auxiliar nestas e em outras questões cotidianas também?