3 Dicas para Lidar com o Término do Relacionamento
Para não me perder, tive que me escolher.
Quem nunca sofreu com o término de um relacionamento amoroso?
Que chegou naquele ponto em que teve que escolher a si ou se perder na relação?
Que se questionou: ruim com ele? Pior sem ele?
Pois é, sair de um relacionamento, independente de como ele esteja não é tarefa fácil e gera muitas dúvidas e questionamentos.
Mesmo para quem pede o término é algo doloroso, difícil de lidar.
Quase uma tarefa Hercúlea!!!
São muitos sentimentos e sensações para serem administrados:
- a sensação da perda;
- de que mais uma vez falhamos;
- não somos merecedores;
- o questionamento se escolhemos a melhor atitude;
- se tomamos a melhor decisão;
- se não iremos nos arrepender e deixar escapar entre os dedos o amor da nossa vida;
- o medo de ficar sozinho;
- se podemos ou devemos persistir um pouco mais;
- se já chegamos ou até ultrapassamos os nossos limites;
Tudo isto e mais um tanto de coisas assolam a alma e poluem os pensamentos sem dó nem piedade.
Refletindo no corpo e diretamente na energia que empregamos em nosso cotidiano para as outras áreas da nossa vida.
Ahhh o Início
No início, parece que tudo fica esquisito, até faltando um pedaço de nós.
Para algumas pessoas é difícil acordar e lembrar que não vai receber aquele telefonema ou não vai mais fazê-lo.
O que até então era o “nós”, voltou a ser “eu”. Mas um Eu modificado, diferente e com certa dificuldade para se reconhecer como um indivíduo a priori.
E no começo isto é natural, principalmente se foi um relacionamento longo.
Sem contar, que há dias que o misto de sentimentos é tão forte que parece não haver fim.
Soma-se a isto a sensação de que somos consumidos por eles.
E temos que reunir forças sabe-se lá de onde para dar conta dos outros aspectos da vida que continuam acontecendo.
O que por um lado é ótimo, pois ajuda a tirar o foco da dor e do sofrimento.
E aqui já deixo uma dica:
Por mais difícil que esteja se concentrar nas suas atividades e não tenha a menor vontade de fazê-las, evite desmarca-las.
Nesse momento é importante usarmos os recursos que temos, seja ele, o trabalho, os filhos, a família, os amigos e etc para dar uma folga para o nosso ser.
Dentre todos os sentimentos e sensações, considero dois os mais dolorosos:
- o sentimento de perda;
- e o de que falhamos novamente.
OBS.: deixa nos comentários o que é mais doloroso para você.
Então questiono, até para podermos refletir:
Mas o que é que perdemos mesmo?
Primeiro acreditamos que perdemos o outro.
Porém, partindo do pressuposto que não temos posse sobre o outro, de que ele não nos pertence tal como uma roupa, racionalmente este sentimento não faz o menor sentido.
Mas vai explicar isto para o ego que não gosta de perder o controle e de sair da sua zona de conforto.
Porém ainda assim, ele persiste.
O que perdemos foram os momentos bons, as risadas, a troca de carinho e carícias, a companhia, o telefonema. Enfim perdemos o que o outro proporcionava.
Muitos de nós, e quando digo muitos, são muitos mesmo!
Muitos de nós confundimos e colocamos num bololo só, a pessoa e tudo o que ela proporcionava.
O mesmo ocorre com o amor. Confundimos amar a pessoa com amar o que ela nos proporciona e consequentemente as emoções geradas a partir daí.
Mas este é assunto para outro dia.
Agora pensemos no seguinte:
Se o relacionamento acabou é porque já não estava satisfazendo uma ou ambas as partes.
Muito provavelmente, boa parte do que era feito um pelo outro já não acontecia mais.
E isto tenha sido substituído pelas cobranças.
Talvez, tenha tido também a perda da admiração de um pelo outro.
E, consequentemente a acomodação.
Infelizmente, também nos acomodamos com aquilo que não está / é bom para nós.
Mas, avalie: o que traz mais alegria e paz para sua vida? Se manter na relação, ou mesmo com todos os medos, seguir carreira solo?
Faz Parte do Processo
Faz parte do processo o questionamento e o desejo de que as coisas fossem como antes.
Mas precisamos ser honestos conosco para encarar a realidade tal e qual se apresenta e seguir adiante.
A intenção deste questionamento não é ficar remoendo o passado e caçando os erros, porém é o que normalmente acontece.
O que aumenta consideravelmente o sofrimento.
Este questionamento serve para ajudar-nos a ter clareza e consciência das nossas escolhas.
Podemos olhar para nossos erros, aprender com eles e procurar fazer diferente num próximo relacionamento.
E, quanto mais nutrimos estes sentimentos, mais doloroso será para encarar o que vem pela frente.
Perdemos talvez a ilusão de que o outro ou nós mesmos vamos dar o que não temos.
Queremos do outro e não temos nem para nós e, portanto não poderemos ofertar e muito menos receber.
Somos ainda forçados a olhar para nós mesmos e a encarar alguns monstros.
Eles não são tão feios quanto parecem desde que possamos reconhecer qual é a mensagem que até então estava inconsciente, mas que precisamos integrar a nossa consciência.
Isto possibilita que caminhemos com o nosso autoconhecimento.
Talvez, ainda, caímos na realidade de que é como é ou foi como foi e ponto.
Saindo do certo e errado, mas partindo para o que é possível.
Encarando que cada um deu o seu melhor, mesmo que isto seja diferente das expectativas criadas e das projeções que fizemos e também que assumimos.
Porém tudo isto que vamos sentindo, vem como uma avalanche, maximizando o sentimento de fracasso.
Principalmente se a pessoa vem de um processo de repetição de padrão nos relacionamentos.
Gerando ainda, ou potencializando o medo de ficar sozinho e de pensamentos e sentimentos do tipo “isto não é para mim”.
Deixo aqui uma segunda dica para auxiliar na sua reflexão:
Pegue um papel e divida em duas colunas.
Na primeira anote tudo o que era bom e funcionava bem no relacionamento.
Na segunda coluna, escreva tudo o que fez com que o relacionamento se desgastasse até chegar ao fim.
Agora compare as duas colunas e veja o que depende de você e o que depende do outro.
Aquilo que depende de você, mesmo que agora esteja só, avalie se é algo que vem se repetindo e o que pode ser feito diferente.
Para os itens que dependiam da outra pessoa, avalie por que te incomodava tanto. Avalie também se era algo que no início da relação, você não se importava e por que depois passou a se importar.
Anote tudo o que descobrir. Isto irá proporcionar a reflexão, autoconhecimento e auxiliar na avaliação do que é importante para você num relacionamento. O que você tolera e o que não.
Vale lembrar que defeitos todos nós temos, assim como temos qualidades também.
Mas cabe pensar aqui que, existem alguns comportamentos que são mais difíceis para aceitarmos e quando percebemos isto, cabe somente a nós a decisão de como lidar com eles.
Isso dói? Traz sofrimento?
Sim e sim!
A dor e o sofrimento vem da dificuldade para não projetar no outro ou na relação as nossas expectativas e desejos.
Outro fator é porque muitos de nós fomos criados e educados pelos pais como seres muito especiais e ouvimos e esperamos merecer este mesmo tratamento.
Isto desequilibra a balança e gera abismos, desencontros, frustração e afastamento.
Em nenhum relacionamento amoroso encontraremos os cuidados que recebemos ou desejamos receber dos nossos pais quando éramos crianças.
Às vezes, não percebemos que os papéis sendo diferentes, os cuidados e a forma de demonstrar afeto e se relacionar, também serão outra.
Mas, enquanto ficarmos presos nisto, mais difícil será assumir o ser adulto e viver um relacionamento harmonioso e equilibrado.
Dói também perceber que nós não temos para nos dar o que queremos receber do outro.
E, mesmo parecendo clichê é fato que, se não somos generosos e afetuosos conosco, ninguém mais o será.
Isto pode doer mais do que a separação em si.
Partindo para o Fim de um Novo Começo
Gente, este tema dá pano para muita roupa, por isto vou começar o desfecho dele rsrs.
Diante deste mundaréu de sentimentos, emoções, crenças, emaranhamentos vale lembrar que esta experiência é importante.
Nem sempre fácil, mas importante.
É nesta fase que voltamos a nos olhar como ser único, como um indivíduo.
É quando podemos elaborar de corpo e alma nossas experiências, independentemente de qualifica-las.
Outro fator a ser considerado é que não seremos mais os mesmos depois de um término de relacionamento.
Nossa bagagem é outra.
E podemos escolher o que dela vamos carregar e o que vamos nos desfazer.
Não adianta ter pressa e queimar etapa.
Terceira dica: Viva o momento!
- se tiver vontade de chorar, chore;
- se sentir que precisa se recolher, se recolha;
- se quiser sair, saia;
- se pensamentos no ex surgirem a sua mente, observe-os, pois quanto mais tentamos não pensar , mais pensamos;
- se tiver vontade, retome atividades que por ventura deixou de fazer durante o relacionamento;
- respeite o seu tempo e suas necessidades.
Neste ponto me vem à memória a flor de lótus.
Ela nasce na lama.
Suas raízes estão há mais de um metro de profundidade, porém em seu processo de desenvolvimento, sua essência a direciona para luz.
Ela não sabe pra que lado está à luz, mas ela confia e deixa-se ebulir e crescer.
Somente quando chega a superfície é que sua flor pode então brotar.
Escolher nos resgatar ao invés de nos perdermos na relação é um gesto de amor próprio.
E assim como o lótus, brotamos mais bonitos e mais plenos.
Mas precisamos aprender a confiar mais, entregar e nos conectar com os ciclos da natureza.
Podemos lembrar que não existe noite (escuridão) sem dia (luz) e vice-versa.
Precisamos de ambos para existir neste mundo de dualidades.
E quanto mais nos reconectamos com a natureza externa, mais nos reconectamos com a nossa própria, sendo uma expressão da outra numa dança entre micro e macrocosmo.
Mas, saiba que você não precisa passar por nada disso sozinho.
Conte com os amigos e se necessário com a ajuda de um psicólogo.