Por que cometemos atos falhos foi o título de uma pequena reportagem da revista Super Interessante do mês de junho de 2011.
Nesta matéria são expostos dois pontos de vista: de um lado a visão psicanalítica e do outro a neurociência.
Qual está certa?
Acredito que neste caso, não há certo ou errado, mas apenas jeitos diferentes de entender o mesmo fato.
Abaixo segue a matéria na integra:
“RESPOSTAS
Por que cometemos atos falhos?
Culpa da memória, que preenche suas lacunas com a primeira coisa que vem à mente
por Natalia Kuschnaroff
Por que você trocou o nome da namorada na hora H? Freud explica, mas é bom já saber que a neurociência discorda dele.
Segundo a psicanalista Vera Warchavchik, a primeira explicação veio no livro Psicopatologia da Vida Cotidiana, de 1901, em que Freud descreveu o ato falho como uma confusão com um sentido maior por trás.
Ou seja, para Freud, você fala “sem querer querendo”. Isso aí: todos temos nossos momentos Chaves.
Já a neurociência considera esse deslize um esquecimento corriqueiro sem nenhum significado especial.
Ele acontece porque, ao contrário de uma filmadora, o cérebro não grava todos os mínimos detalhes dos acontecimentos, mas apenas as informações principais.
Quando ativamos nosso banco de dados para buscar a situação completa, ele monta esses dados como se editasse um filme.
E, para ligar uma coisa a outra, preenche as lacunas com algumas invenções.
Pronto! É exatamente nesse momento que surgem as confusões, que, se pegarem mal, serão consideradas atos falhos.
A contragosto dos psicanalistas, seriam simples e pequenos tilts na memória sem nenhuma razão oculta.
Por isso, na próxima vez que der uma mancada na cama, diga que a culpa é do seu cérebro.”