A adolescência começa mais ou menos aos 12 anos e vai até os 18/19 anos.
O inicio coincide com a puberdade que diz respeito às mudanças biológicas:
- marcado pelo desenvolvimento das características sexuais primárias: diretamente envolvidas no coito e reprodução – órgãos reprodutores e genitália;
- e, secundárias: desenvolvimento dos seios, alargamento do quadril, crescimento dos pelos e mudança de voz.
A adolescência é o período entre a infância e a idade adulta, caracterizada por alterações no desenvolvimento biológico, psicológico e social.
- Biologicamente o início é sinalizado pela aceleração rápida do crescimento do esqueleto e pelo início do desenvolvimento sexual.
- Psicologicamente, o início da adolescência é sinalizado por uma aceleração do crescimento cognitivo e da formação de personalidade.
- Socialmente, este é um período de preparação intensa para o futuro papel de um jovem adulto.
Fase marcada por:
- conflitos;
- transformações;
- buscas (inclusive da história de vida – o desconhecimento leva o adolescente a criar histórias; lugar no desejo familiar);
- reconhecimento do “novo eu”;
- e autonomia.
Tudo é questionado, muda-se de corpo, de pontos de vista, forma de encarar a vida e de preocupações:
- “Quem somos?”;
- “De onde viemos?”;
- “Para onde vamos?”.
Os Sentimentos dos Pais:
Os pais muitas vezes se sentem desamparados; questionados sobre aquilo que não sabem responder, cutucados bem ali onde algumas velhas dores pedem para ser reativadas.
Um temor comum dos pais é a busca do filho por autonomia. Muitas vezes geradora de conflitos, pois eles desejam inconscientemente continuar mantendo o controle sobre o adolescente, situação que não é bem aceita pelos filhos.
“Os pais dos meus amigos são melhores que os meus”:
A dificuldade na relação entre pais e filhos reincide em encontrar diferentes formas de estabelecer o contato, respeitando um o espaço do outro, considerando a necessidade que o adolescente sente em se distanciar dos pais e aproximar-se mais do grupo.
Qual é o distanciamento ideal nesta relação?
Parece contraditório mas a proximidade do adolescente com seus pais é ainda necessária.
Este espaço varia de família para família e de um filho para outro, portanto é construído e reconstruído a medida que as transformações acontecem.
O respaldo familiar é imprescindível.
O Papel da Turma:
A turma assume um importante papel neste momento:
- possibilita ao adolescente fazer descobertas;
- reconhecer-se no outro;
- sente-se e comporta-se de modo muito semelhante;
- não conhece a si mesmo devido às constantes mudanças;
- e, também não se enquadra nem como criança e nem como adulto.
“É errando que se aprende”: esta é uma máxima desta fase.
O adolescente ainda não tem percepção das conseqüências de seus atos.
Algumas vezes mesmo que alertado para as conseqüências, só consegue dimensioná-las depois que age.
O Papel da Família:
O respaldo familiar é de extrema importância nesta fase da vida.
Cabe aos pais orientar os filhos através do dialogo.
Contudo, haverá vezes e talvez sejam muitas que os pais, mesmo que, se sintam impotentes diante da realidade vivenciada, podem acolher os filhos e ajudá-los a “juntar os caquinhos”, a fim de organizar as lições aprendidas.
Acredito que são estas atitudes de compreensão e carinho que fortalecem a relação e dão suporte para o adolescente se desenvolver.
Lembrar a própria adolescência é uma forma dos pais conseguirem compreender os filhos.
É buscar recursos internos em suas lembranças, ou seja, rememorar como se comportavam, se relacionavam com a família, com os amigos e reagiam perante os mesmos.
Quando Buscar Ajuda Profissional:
Às vezes, as situações saem daquilo que é esperado e considerado “normal”.
Os pais recorreram a tudo que estava ao alcance para lidar com a problemática típica da adolescência, porém já não conseguem retornos positivos e as relações vão se tornando mais frágeis e conflituosas.
Contar com o auxilio de um psicólogo para auxiliar ambos – pais e filhos – atravessar esta fase é de grande valia, uma vez que o papel deste profissional é compreender a situação e, em conjunto descobrir outras maneiras de agir.